Durante muito tempo as tecnologias de blockchain passaram relativamente despercebidas ao olhar das empresas. O crescimento do Bitcoin enquanto moeda digital mostrou o potencial da sua tecnologia base. A transparência, a rapidez e o carácter descentralizado permitidos pelo blockchain do Bitcoin contribuíram para que surgissem novas tecnologias de blockchain, o que por sua vez deu início ao aparecimento de mais moedas digitais.
As moedas digitais são ‘prémios’ dados aos utilizadores das redes de blockchain por processarem e validarem a informação que está a ser gerada nessas redes. Por isso é que os dois termos estão sempre em sintonia e por isso é que em muitos casos o nome das moedas digitais é igual ao nome das tecnologias de blockchain.
As criptomoedas, como são apelidadas, já não pertencem ao domínio exclusivo dos nichos e dos entusiastas, pertencem cada vez mais aos grandes mercados – exemplo disso é a disponibilização de bitcoins pelo Falcon Private Bank aos seus clientes e o reconhecimento do Bitcoin como um método de pagamento legal no Japão.
Atualmente existem dezenas de moedas digitais, cada uma criada por motivos e razões diferentes. As cem mais valiosas do mundo, neste momento, valem em conjunto 101,21 mil milhões de dólares – um valor bastante significativo tendo em conta os níveis de adoção ainda marginais destas moedas.
Entre o dias 1 de agosto e 2 de agosto foram transacionadas moedas digitais no valor de 3,1 mil milhões de dólares – outro número bastante considerável.
Estes são valores de tal magnitude que têm despertado cada vez mais interesse das pessoas nas tecnologias de blockchain e respetivas moedas. Apesar de o Bitcoin ser de longe a moeda digital mais popular – por ser a mais valiosa e por ter sido a primeira a aparecer -, isso não significa que seja a única à qual vale a pena prestar atenção.
Recordamos que as criptomoedas não têm regulação centralizada e que por isso o seu valor é definido à semelhança do ouro – lei da procura e da oferta – e é transacionado um pouco como acontece com as ações na bolsa de valores. Significa isto que dentro de uma semana estes valores podem estar estabilizados, muito abaixo ou muito acima: ainda é um segmento volátil e essa é provavelmente a razão pela qual ainda não existem mais utilizadores de moedas digitais em todo o mundo.
Avisos à parte, selecionámos as cinco moedas digitais mais valiosas do momento, segundo a informação disponibilizada pelo site Market Coin Cap.
Bitcoin
 O Bitcoin foi criado para ser um sistema financeiro alternativo, totalmente digital e descentralizado. Apesar de estas serem características apelativas, no início a moeda não atraiu muita atenção e o seu potencial começou a ser explorado em primeiro lugar pelos cibercriminosos, também devido às suas características de anonimato.
Por ter sido a primeira moeda digital baseada em blockchain, o Bitcoin já sofreu altos e baixos. Já chegou a valer mais de 3.000 dólares por unidade, mas também já houve alturas em que bastaram algumas horas para que desvalorizasse centenas de euros de uma só vez.
Nos últimos meses a moeda tem atravessado um período de crescimento e de menor volatilidade – houve uma evolução no valor da moeda e este não tem sofrido grandes oscilações. Devido à sua antiguidade, o Bitcoin tem recebido provas de confiança de várias entidades oficiais, o que tem contribuído para uma maior adoção do sistema.
Nome da moeda: Bitcoin
Valor total: 44,73 mil milhões de dólares
Valor unitário: 2.714,17 dólares
Ethereum
Quando Vitalik Buterin decidiu criar uma blockchain alternativa, foi justamente porque considerava que o Bitcoin era bom para uma finalidade – transações financeiras -, mas não explorava todo o potencial da tecnologia de blockchain. Foi assim que nasceu o Ethereum e a moeda digital com o mesmo nome [também pode ser referida apenas como Ether].
O Ethereum enquanto tecnologia permite criar um maior número de aplicações e para um maior número de finalidades – é considerado como uma mais-valia em segmentos como a banca, fintech e seguradoras. Devido à maior versatilidade da tecnologia do Ethereum, a moeda começou a ganhar uma grande tração.
Atualmente é a segunda moeda digital mais valiosa. O valor do Ethereum já aumentou mais de 4.000% apenas em 2017, um indicador claro do ‘apetite’ dos investidores e especialistas por esta moeda.
Nas últimas semanas o Ethereum foi afetado por um par de ataques informáticos de larga escala que gerou perdas de várias dezenas de milhões de dólares em alguns mercados, mas o valor da moeda tem conseguido resistir a estes incidentes.
Nome da moeda: Ethereum / Ether
Valor total: 20,83 mil milhões de dólares
Valor unitário: 222,27 dólares
Bitcoin Cash
Esta é uma nova moeda acaba de chegar ao mercado – literalmente. O Bitcoin Cash foi criado no dia 1 de agosto, depois de a comunidade de utilizadores do Bitcoin não ter chegado a um consenso sobre o futuro da moeda.
O desentendimento está relacionado com a capacidade de transação de informação do Bitcoin: atualmente é de apenas 1MB por bloco de informação e num total de sete transações por segundo. Se estes são números que ainda vão aguentando o interesse que tem havido nesta moeda, no futuro dificilmente será assim.
Um grupo de programadores criou então o Bitcoin Cash. Na prática é uma versão mais potente do Bitcoin, podendo conter até oito vezes mais informação por bloco – isto garante maior ‘largura de banda’ à rede e vai garantir transações mais rápidas a médio e longo prazo.
A questão é que neste momento o Bitcoin Cash ainda tem poucos utilizadores, o que torna esta moeda mais volátil do que o Bitcoin original. O valor unitário, no entanto, pode servir como um forte chamariz para esta moeda.
Nome: Bitcoin Cash
Valor total: 8,09 mil milhões de dólares
Valor unitário: 490,04 dólares
Ripple
O Bitcoin não é um projeto perfeito e da imperfeição do Bitcoin têm surgido muitos projetos alternativos – o Ripple é um dos mais populares. Se por um lado o Bitcoin não tem qualquer regulação associada, situação que não agrada especialmente às entidades do sector bancário, o Ripple foi criado justamente por um consórcio de entidades financeiras.
Atualmente 15 dos 50 maiores bancos a nível mundial já estão a trabalhar com a Ripple – o nome da moeda é XRP -, o que lhe dá uma boa base de confiança para aqueles que procuram explorar os potenciais da tecnologia, mas preferem manter-se regulados pelo sistema financeiro.
Acima de tudo a Ripple foi concebida para transações digitais de grande velocidade e dentro do sector financeiro também permite a concretização de projetos que vão além da simples transferência de dinheiro entre utilizadores.
Nome da moeda: XRP
Valor total: 6,73 mil milhões de dólares
Valor unitário: 0,17 dólares
Litecoin
Foi uma das primeiras altcoins – moedas alternativas ao Bitcoin – a afirmar-se no mundo online. Acima de tudo a Litecoin tenta resolver um ponto fraco do Bitcoin e que está relacionado com o volume de informação que pode ser processado de cada vez. Em resumo, é possível validar mais transações de Litecoin em cada bloco enviado aos utilizadores desta rede de blockchain.
Isto faz com que esta seja uma rede mais robusta, mais rápida e ao mesmo tempo mais ‘desimpedida’. Há receio de que uma grande popularidade no Bitcoin venha a congestionar o sistema [um tema que está atualmente em grande discussão] -, pelo que o Litecoin apresenta-se assim como uma alternativa natural a esta moeda, sobretudo a longo termo.
O Litecoin nunca esteve envolvido em grandes ‘polémicas’ e o seu valor apesar de também sofrer variações, tem apresentado um desempenho mais consistente ao longo dos últimos meses.
Nome da moeda: Litecoin
Valor total: 2,23 mil milhões de dólares
Valor unitário: 42,77 dólares