Em 2019, 773 943 utilizadores das soluções da Kaspersky foram atacados por trojans bancários. Desses utilizadores, mais de um terço (35,1%) pertencia ao setor empresarial. Os dados foram esta semana divulgados pela empresa na sua análise ao panorama de ciberameaças financeiras.
De acordo com a Kaspersky, “os trojans bancários, também conhecidos como ‘bankers’, são uma das ferramentas mais difundidas pelos hackers, uma vez que o seu objetivo é roubar dinheiro. Geralmente, este tipo de trojans pesquisam por credenciais dos utilizadores para pagamentos eletrónicos e sistemas bancários online, retendo as palavras-passe de utilização única e enviando essa informação aos hackers.”
O estudo mostra que um terço destes ataques em 2019 teve como alvo utilizadores corporativos, tendo-se registado um aumento em relação ao intervalo de valores (24-25%) que tinha sido constante nos três anos anteriores. Segundo os especialistas, a lógica é simples: os ataques ao setor B2B não só dão acesso às contas bancárias ou aos sistemas de pagamento, como também podem comprometer os próprios recursos financeiros de uma empresa, através da exposição dos colaboradores.
Os dados recolhidos pela Kaspersky mostram que a Rússia se manteve como o país mais atingido por este tipo de ameaça em 2019, sendo responsável por mais de 30% dos utilizadores atacados em todo o mundo por malware financeiro. Segue-se a Alemanha (com uma quota superior a 7%) e a China (mais de 3%).
“Embora o número global de ataques com trojans bancários tenha diminuído em 2019, o crescente interesse pelas credenciais dos utilizadores das empresas indica que as ciberameaças financeiras continuam a ser uma realidade. Por isso, pedimos a todos que se mantenham cautelosos na realização de operações financeiras online a partir dos seus equipamentos. Como estamos num pico de teletrabalho devido à pandemia de coronavírus, é especialmente importante não subestimar o desejo dos hackers por roubarem dinheiro”, explica Oleg Kupreev, especialista de segurança na Kaspersky.
O estudo mostra ainda que em 2019, do total de deteções de phishing, a percentagem de phishing financeiro aumentou de 44,7% para 51,4%. Além disso, quase uma de cada três tentativas de visita a uma página de phishing bloqueada pelos produtos da Kaspersky estava relacionada com phishing financeiro (27%). A percentagem dos ataques de phishing aos sistemas de pagamento e lojas online representou cerca de 17% e mais de 7,5%, respetivamente, em 2019, um resultado em linha os dados de 2018.