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Impacto do COVID-19: 29% das fintechs nacionais com perdas de 50% nas receitas

Impacto do COVID-19: 29% das fintechs nacionais com perdas de 50% nas receitas
29% das fintechs nacionais – cerca de três em cada dez – sofreu perdas de 50% ou mais nas receitas devido ao COVID-19. Os números foram divulgados pela associação Portugal Fintech que ouviu as startups de serviços financeiros portuguesas que acreditam, no entanto, ser ainda “muito cedo” para avaliar o impacto da pandemia no negócio.

De acordo com o estudo, o maior impacto faz-se sentir nas vendas, com 71% das empresas inquiridas a indicar que é aí que estão a sentir as consequências do COVID-19. Além disso, os dados mostram que entre as principais dificuldades das fintechs nacionais estão o processo de decisão do cliente, a alocação de projetos a vendedores, a falta de disponibilidade tecnológica dos clientes, a falta de visibilidade das suas soluções junto dos incumbentes e a inexistência de um canal de cooperação com outros atores no mercado.

O estudo mostra ainda que a maioria das fintechs portuguesas (46%) tem apenas entre um a cinco colaboradores e 13% têm 50 colaboradores ou mais, com apenas três a indicarem que tiveram de recorrer ao layoff.

 

Quando analisam as medidas do Governo para mitigar os impactos do COVID-19, a maioria das fintech inquiridas diz considera-las apenas medianamente úteis para o seu negócio, com exceção de medidas como o apoio aos trabalhadores que fiquem 14 dias em quarentena, sem capacidade de trabalhar a partir de casa, garantindo 100% do seu salário, considerada por 43% das fintechs como relevante, os pagamentos mais rápidos dos incentivos no âmbito do Portugal 2020, considerados por 35% com uma medida relevante, e a elegibilidade das despesas de eventos cancelados também no P2020, considerada por 36% das empresas como relevante.

As empresas consideram ainda que as medidas apresentadas pelo Governo não respondem aos desafios particulares das startups e que a burocracia associada aos apoios é difícil, podendo ser benéfica a criação de ferramentas que ajudem as empresas a entender o que têm de fazer para recorrer aos apoios. Além disso, as fintechs nacionais consideram que “a liquidez é importante para a sobrevivência no curto prazo, mas fomentar o mercado é essencial para, coletivamente, endereçarmos a crise no longo prazo”.

 

Com base nos dados do estudo, a associação Portugal Fintech criou um documento que será agora apresentado aos bancos tradicionais, assim como num webinar público, que decorre no próximo dia 22 de abril para mostrar de que forma estas startups podem ajudar a resolver os problemas do mercado.

Citado pelo semanário Expresso, João Freire de Andrade, presidente da associação, diz que “com esta incerteza em que vivemos, apostamos que a inovação será uma das primeiras áreas que as empresas vão cortar ou adiar. Criar incentivos para estas empresas continuarem a inovar, mas com menos risco financeiro do seu lado através de apoios do Estado na aquisição de serviços e produtos de startups, pode ser um ponto de venda excelente para uma startup B2B desbloquear uma venda importante a um grande cliente. A liquidez é importante para sobreviver, mas estimular o mercado é essencial para sairmos desta crise mais fortes.”

 

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