Que a Suécia é um dos países do mundo onde a circulação de dinheiro vivo é mais baixa pode já não ser novidade para muitos, mas não deixa de ser curioso que o movimento influencie até os sectores mais tradicionais da sociedade. Várias igrejas do país já aceitam donativos através de aplicações móveis, uma forma de ir ao encontro das preferências dos crentes na hora de manusear o seu dinheiro. Um dos exemplos apontados recentemente num artigo da agência Bloomberg sobre o tema, era o da catedral de Uppsala, construída no século XIII, que também aderiu às novas tendências. Hoje permite que as doações sejam feitas através de cartão de crédito.
A circulação de dinheiro vivo no país é tão reduzida que, de acordo com os dados mais recentes do organismo oficial de estatísticas do país, iguala os níveis de 1990. A troca do dinheiro em notas e moedas, e a consequente ascensão do pagamento com meios eletrónicos, tem vindo a acentuar-se nos últimos anos no país, mas ganhou ritmo no ano passado.
É público que o Banco Central da Suécia está a estudar a introdução da sua própria moeda digital. Enquanto a decisão não é tomada, a preferência dos suecos vai para os cartões e para as carteiras digitais, como é o caso da aplicação Swish, que soma 5,5 milhões de utilizadores no país.
No ano passado o Banco Central apresentou uma previsão para os próximos anos, onde estimava que em 2021 a circulação de dinheiro será residual. Nove anos mais tarde, em 2030, estará completamente obsoleta. Já em 2016, apenas 2% dos pagamentos feitos na Suécia recorreram a moedas e notas.