No primeiro trimestre de 2020, o Portal da Queixa registou 1377 reclamações relativas a esquemas de burla e fraude, um aumento de 34% face a 2019, período em que se registaram 1024 reclamações. Numa nota enviada às redações, o Portal da Queixa indica que os principais esquemas fraudulentos envolvem a aplicação MB Way, SMS dos CTT, e-mails da EDP e MEO, passatempos da Worten ou Continente e venda de material de proteção à COVID-19.
Desde o início do estado de Emergência em Portugal, o Portal da Queixa registou 356 reclamações enquadradas em burlas e fraudes, um ritmo de 16 queixas por dia. Em tempos de confinamento e maior exposição do consumidor às plataformas digitais, a tendência será para um aumento de casos de burla e fraude, segundo Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa e embaixador da Comissão Europeia para os Direitos dos Consumidores.
“Esta será certamente uma tendência crescente nos próximos tempos, tendo em conta a obrigação da permanência dos consumidores em casa, alterando assim o seu comportamento e hábitos de consumo, que direciona o fluxo de compra para os canais digitais. Nesta matéria, infelizmente os consumidores portugueses ainda detêm pouca literacia digital, tornando-os muito vulneráveis a estes esquemas de burla. É fundamental que exista uma ação concertada com os vários organismos de proteção aos consumidores, na massificação de informações e conhecimento, que permitam um consumo online mais seguro e transparente”, explica Pedro Lourenço.
Os responsáveis pela plataforma indicam ainda que as queixas mais apresentadas são por fraudes que se verificam através de pagamentos online, esquemas fraudulentos através de SMS, roubos de identidade e dados pessoais, lojas online fictícias, phishing e outros tipos de cibercrimes.
Questionada pelo SmartPayments News sobre os esquemas fraudulentos que envolvem a aplicação MB Way, a SIBS esclarece que “as burlas ou fraudes com serviços legítimos e fidedignos, como é o caso do serviço MB Way, são fundamentalmente um problema de segurança pública, pelo que a SIBS mantém uma relação estreita com as autoridades com vista a ajudar a prevenir ou identificar estas atividades. Os dados inerentes à ocorrência destes incidentes estão em segredo de justiça pelo que não podem ser revelados. Paralelamente, a SIBS tem reforçado, nos canais que gere e a que tem acesso, informação sobre o modo de funcionamento do serviço, assim como recomendações de utilização segura do mesmo, para que o maior número de cidadãos, já utilizadores ou não, estejam alerta para as situações de burla e não sejam expostos a este tipo de engenharia social.”
A SIBS refere ainda que todos os seus serviços “têm sistemas de monitorização e deteção de fraude contínua e permanente, com vista a reduzir e ou identificar a ocorrência de situações criminosas. Face aos métodos de ataque, e para complementar os instrumentos de segurança já implementados, a SIBS, em associação com os Bancos, tem investido em sistemas adicionais de segurança e testado soluções que permitam mitigar novas ocorrências ou minimizar o impacto das situações ocorridas. Alguns dos sistemas e soluções implementadas podem resultar na inibição da utilização de algumas operações ou mesmo da utilização do Caixa Automático com o serviço MB Way. Os detalhes inerentes a estes novos métodos de prevenção são obviamente confidenciais, já que a sua divulgação compromete a respetiva segurança.”
A empresa conclui, reiterando que “disponibiliza serviços com a máxima segurança e que podem ser usados com toda a confiança” e que é importante que os utilizadores se protejam “em situações que configurem uma atividade anormal ou irregular.”