O relatório temático sobre pagamentos digitais e a sua perspetiva social e ambiental da Minsait Payments, observou um movimento significativo em direção aos pagamentos digitais, com 59% da população bancária a mostrar-se disposta a pagar por esta via, em linha com o interesse na redução da utilização de dinheiro físico, frequentemente associado a maiores custos ambientais.
“62% associam o dinheiro físico a um maior impacto ecológico, seguido dos pagamentos com cartões físicos (59%) e, em menor medida, dos pagamentos por conta, considerados pouco sustentáveis por 38% dos utilizadores”, pode ler-se no comunicado enviado pela Minsait Payments. Portugal segue esta tendência, com 69% dos inquiridos a considerar o dinheiro físico o mais poluente, seguindo-se os cartões físicos (61%). Para os portugueses, o método de pagamento menos poluente é o fracionado (20%), assim como as transferências entre particulares e/ou comerciantes (21%).
 “Para os portugueses, o método de pagamento menos poluente é o fracionado (20%), assim como as transferências entre particulares e/ou comerciantes (21%).”
Segundo o estudo da Minsait Payments, à medida que aumenta a idade do utilizador, diminui a percentagem dos que acreditam que o dinheiro é um dos métodos de pagamento com maior impacto ambiental. Na Europa, onde existe uma população mais envelhecida, ainda se verificam reservas quanto ao abandono do dinheiro físico, sendo Portugal o País que continua a ver mais vantagens neste modelo. “Os portugueses foram os que apresentaram uma percentagem mais elevada (83%) de pagamentos feitos com dinheiro físico em compras presenciais, no último mês do inquérito”, indica o estudo.
Hegemonia dos cartões e preocupação com operações mais ecológicas
Entre as conclusões deste relatório temático, destaca-se a predominância do cartão de débito, que continua a ser o método de pagamento preferido em todos os países analisados (94,1% em Portugal), com registos de posse superiores a 90%, à exceção da Colômbia, Espanha e Itália, que rondam os 85%.
A estabilidade do cartão de débito contrasta com o crescimento significativo dos cartões pré-pagos, especialmente em países onde a sua posse duplicou nos últimos dois anos. É o caso do Equador, onde 37% dos cidadãos reconhecem ter cartão pré-pago, e da República Dominicana, com 50%. O ranking é liderado pela Argentina, Chile e Itália com percentagens de 56%, 59% e 63% respetivamente. Em Portugal, a utilização de pré-pagos subiu de 20,8% para 32,3% em apenas 3 anos. Em geral, os cartões de crédito enquadram-se entre as duas modalidades (débito e pré-pago), com uma percentagem de utilização que varia entre 51% em Itália e 83% no Brasil. Em Portugal, 56,4% dos inquiridos têm cartão de crédito.
 “Os portugueses foram os que apresentaram uma percentagem mais elevada (83%) de pagamentos feitos com dinheiro físico em compras presenciais, no último mês do inquérito.”
À preferência do utilizador por este método de pagamento soma-se o aumento registado na utilização de cartões fabricados com materiais biodegradáveis ou reciclados. Esta tendência não só promove a reciclagem e reutilização de materiais, mas também apresenta uma alternativa viável aos cartões de plástico tradicionais, que podem levar centenas de anos a decompor-se.
Os recibos e as faturas digitais, em vez das impressas, começam a ser mais comuns por parte das empresas, demarcando uma maior preocupação com operações mais ecológicas. “As transações digitais não só simplificam a gestão financeira, mas também eliminam a necessidade de papel, contribuindo significativamente para a redução da desflorestação e do consumo de recursos naturais”, pode ler-se no comunicado.
O relatório mostra também mudanças na perceção das pessoas relativamente ao impacto ambiental dos diferentes métodos de pagamento. A perceção do risco diminuiu, o que pode influenciar a predisposição dos consumidores para adotar comportamentos mais sustentáveis, embora os pagamentos digitais continuem a ser preferidos pelo seu menor impacto ambiental.
Algumas medidas que os utilizadores considerariam para esse fim seriam: eliminar faturas ou recibos em papel e utilizar cartões de pagamento feitos com materiais sustentáveis (71%); efetuar pagamentos apenas através de meios digitais (59%); procurar informação sobre as emissões de CO2 e o impacto ambiental dos pagamentos efetuados (53%); e, por fim, a eliminação do dinheiro nas transações (43%).
O estudo setorial da Minsait Payments reúne opiniões de mais de 4.800 internautas bancários de Espanha, Itália, Portugal, Reino Unido e América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru e a República Dominicana) e foi elaborado em colaboração com Analistas Financeiros Internacionais (AFI).