O comércio eletrónico tem sido um ponto forte entre os canais de retalho durante o coronavírus, à medida que os consumidores dependem das transações digitais, dado o encerramento das lojas físicas e medo de infeção pela covid-19. No entanto, o impacto nos gastos no comércio eletrónico não foi sentido de maneira uniforme em todo o mundo, revelam as mais recentes previsões do eMarketer.
A Ásia-Pacífico e a América do Norte lideraram os totais regionais de vendas físicas e de comércio eletrónico, seguidos pela Europa Ocidental.
Devido, em parte, ao domínio da China, a Ásia-Pacífico ganhou uma liderança significativa no e-commerce com 62,6% de quota, com América do Norte e Europa Ocidental, a representarem 19,1% e 12,7%, respetivamente.
Embora algumas regiões tenham registado um tremendo crescimento em certos setores, o eMarketer ajustou as estimativas para o e-commerce em baixa para 3,914 biliões de dólares (cerca de 3,3 biliões de euros), já que a desaceleração do retalho global, em 2020, certamente impactará as vendas globais.
O eMarketer deixa alguns tópicos:
- As vendas mobile na Alemanha estão crescer mais rápido do que nunca e mais de metade das vendas de comércio eletrónico no Reino Unido virão do mobile, especialmente de smartphones. No entanto, espera-se que alguns países, como França, apresentem crescimento, embora bastante mais reduzido em comparação com as vendas globais de comércio eletrónico;
Embora as plataformas eletrónicas líderes como a Amazon tenham observado um aumento nas vendas durante a pandemia, tempos de entrega mais lentos em países como o Canadá permitiram que outros retalhistas reivindicassem participações maiores no mercado de e-commerce; - Em países como os EUA e a França, o comércio eletrónico foi revisto em alta, devido ao aumento de casos da pandemia. As lojas físicas, por sua vez, deverão registar uma quebra, tendo em conta o choque da procura, verificando-se uma mudança sem precedentes para a compra digital e novos desafios para as lojas físicas que, gradualmente, recuperam dos encerramentos e interrupções no fluxo de vendas e na cadeia de abastecimento;
- A China ultrapassará os EUA como o maior mercado de retalho do mundo este ano. A América Latina não terá tanta sorte, pois o coronavírus agravou ainda mais as dificuldades económicas vividas, com os consumidores a serem forçados a dar preferências aos bens essenciais;
- As opções de entrega ao domicílio com reserva digital e o click&collect aumentaram no Reino Unido, mas alguns dos retalhistas não sobreviverão. As notícias são melhores para os EUA, onde a maioria dos retalhistas deverá ver crescer o seu sucesso no comércio eletrónico.