As vendas da Sonae MC atingiram, no 2.º semestre de 2020, 2.431 milhões de euros, correspondendo a um crescimento de 11,5% face a período homólogo de 2019 e um Like-for-Like de +8,3%.
Estes resultados são atingidos após a operação de retalho alimentar do grupo Sonae ter apresentado as mesmas tendências de crescimento no 2.º trimestre que foram observados nos três meses anteriores. O grupo realça, de resto, que “sob um ambiente muito desafiante, a Sonae MC foi capaz de apresentar um forte crescimento de vendas, um bom desempenho na operação de e-commerce e uma posição de liderança fortalecida”.
No 2.º trimestre de 2020, o volume de negócios cresceu 9% em termos homólogos para 1.237 milhões de euros, com um crescimento de vendas LfL superior a 6%. A Sonae destaca, aliás, o “desempenho muito positivo” nos i) hipermercados, ii) supermercados de proximidade, e iii) o negócio online, que continuou a registar um crescimento de dois dígitos durante o 2.º trimestre e permaneceu em níveis elevados mesmo após o fim do período de confinamento. Em relação aos novos negócios de crescimento, após um início desafiante no 2T, com a maioria das lojas fechadas, começaram a registar uma recuperação em junho.
Relativamente à rentabilidade operacional subjacente, o impacto incremental da covid-19 no lado dos custos, principalmente no 2.º trimestre, levou a uma margem ligeiramente inferior face ao ano passado. Entre os custos diretos e indiretos relacionados com a pandemia, a Sonae destaca os custos “com medidas de higiene e de segurança e prémios pagos aos colaboradores para recompensar o trabalho excecional na linha de frente durante o período de confinamento, juntamente com as mudanças no canal e no mix de produtos que pressionaram a margem bruta”.
A Sonae informa ainda que a margem EBITDA subjacente situou-se em 9,3% vs 9,5% no 1.º semestre de 2019.
Worten perto dos 500 milhões de euros
No retalho de eletrónica, apesar de contextos muito diferentes em Portugal e em Espanha, a Sonae refere que a Worten teve um “forte 2.º trimestre em termos de vendas e rentabilidade”. A razão para esta performance residiu na procura no canal online que continuou a gerar crescimentos de vendas de dois dígitos, sendo o principal impulsionador do desempenho das vendas. Nesse contexto, apesar dos encerramentos em Espanha e como resultado do aumento online, o volume de negócios, no 2.º trimestre de 2020, cresceu 6% em termos homólogos (LfL de 9% nas lojas), atingindo 250 milhões de euros e 482 milhões de euros no 1.º semestre deste ano. Destaque para as categorias de TI e entretenimento que registaram um forte crescimento.
No que se refere à rentabilidade, o EBITDA subjacente da Worten melhorou 7 milhões de euros em termos homólogos, para 12 milhões de euros (margem de 4,7%) no 2.º trimestre, impulsionado pelo desempenho das vendas, nomeadamente em Portugal.
Online “compensa” perdas nas lojas físicas da Sonae Fashion, MO e Zippy
Para a Sonae Fashion, o 2.º trimestre foi “atípico” e afetado pelo encerramento de todas as lojas, uma vez que as medidas de confinamento estiveram em vigor na maior parte do mesmo.
Globalmente, o volume de negócios da Sonae Fashion, no 1.º semestre de 2020, ascendeu a 131 milhões de euros, diminuindo 25% em termos homólogos.
Tendo implementado algumas medidas, de forma a compensar o encerramento das lojas físicas e aumentar o compromisso dos seus clientes com as suas diferentes marcas, a Sonae Fashion refere que, “parte do impacto severo sentido nas vendas foi compensado por um desempenho muito positivo do negócio online que mais do que duplicou face aos valores do ano passado no 2.º trimestre”.
Destaque para a Zippy e MO que registaram valores das vendas online 5x e 6x superiores, respetivamente, tendo atingido o valor das vendas de 2019 em apenas um trimestre, admitindo o grupo que “o desempenho na reabertura de lojas apresenta resultados encorajadores para enfrentar o resto do ano”.
Os mais penalizados
Após um forte desempenho em 2019, os primeiros meses do ano fiscal da Iberian Sports Retail Group (ISRG), detentora da Sport Zone, foram severamente afetados pela covid-19, já que a partir de meados de março todas as lojas da empresa foram encerradas em Portugal e Espanha, representando um período de paragem em metade do trimestre).
Esta situação implicou que o resultado do método de equivalência patrimonial da empresa incluído nas contas da Sonae fosse negativo em 6 milhões de euros no trimestre.
Contudo, o desempenho após a reabertura das lojas da ISRG desde junho, em ambas as geografias, tem sido “muito positivo e encorajador”, conclui a Sonae.
Já nos centros comerciais, a covid-19 teve um impacto material no setor imobiliário de retalho durante o 2.º trimestre, impactando negativamente todas as unidades de negócio da Sonae Sierra.
Numa base contabilística proporcional, o resultado líquido do 2.º trimestre de 2020 da Sonae Sierra foi de -56 milhões de euros, dividido entre -3 milhões de euros de resultado direto e -53 milhões de euros de resultado indireto, este último relacionado principalmente com reavaliações de ativos durante o trimestre, “uma vez que o valor dos ativos sofreu com o aumento das yields e com os impactos operacionais relacionados com a pandemia”, salienta a Sonae.
A fase de retorno foi bem-sucedida, com o número de visitantes a evoluir positivamente, embora, segundo o grupo, “ainda abaixo dos níveis pré-Covid” e as vendas dos lojistas a mostrarem “sinais encorajadores”.
Para mitigar as perdas de vendas dos lojistas, a Sonae Sierra desenvolveu algumas iniciativas, que ainda mantém, nomeadamente, um centro comercial virtual – em parceria com o Dott – e serviço click & collect, aproveitando o parque de estacionamento disponível nos centros comerciais.