As empresas da restauração e alojamento registaram, em outubro, “quebras dramáticas de faturação” na ordem dos 60% e 90%, respetivamente. Os dados resultam de um inquérito desenvolvido pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), divulgado esta quinta-feira (05 de novembro).
Os resultados “confirmam o desespero das empresas e demonstram enormes dificuldades em conseguir manter os negócios e os postos de trabalho, caso não surjam apoios imediatos”, começa por referir a Associação, frisando que “a insolvência e os despedimentos são inevitáveis”
No setor da restauração e bebidas, mais de 43% das empresas inquiridas registaram quebras homólogas de faturação acima dos 60% e, segundo a AHRESP, 41% daquelas empresas ponderam avançar para insolvência, uma vez que “as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua atividade”.
O inquérito revela ainda que cerca de 14% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em outubro, com apenas 11% fazê-lo de forma parcial. Além disso, desde o início da pandemia, 47% das empresas já efetuaram despedimentos.
Quanto ao alojamento turístico, mais de 36% das empresas reportaram quebras de faturação acima dos 90% em outubro, comparativamente ao mesmo período do ano passado, e cerca de 19% das empresas deste setor ponderam pedir insolvência.
Como consequência da forte redução de faturação, cerca de 21% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em outubro e 9% fê-lo apenas parcialmente. Desde o início da pandemia, 27% das empresas já efetuaram despedimentos.
Ainda no alojamento, o estudo dá conta de que 23% das empresas inquiridas disseram não ter registado qualquer ocupação no mês em análise e 30% indicou uma ocupação máxima de 10%.
Para o mês de novembro, cerca de 50% das empresas do setor do alojamento estimam uma taxa de ocupação de 0% e mais de 24% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%.
Em comunicado enviado às redações, a AHRESP considera que, devido às novas medidas de restrição impostas pelo Governo, “o funcionamento das atividades económicas será necessariamente agravado”, tornando-se urgente a disponibilização de medidas para a garantir a sobrevivência do setor.