A Associação de Marcas de Retalho e Restauração divulgou no final da semana passada mais um estudo relativo à performance dos seus associados, anunciando que os mais de 3500 lojistas representados pela AMRR tiveram quebras superiores a 72% nos primeiros quatro meses de 2021.
Segundo o comunicado, o desconfinamento verificado no final do mês passado, já permitiu ver sinais de melhoria significativa, mas registam-se ainda perdas de mais de 25% no conjunto das 3500 lojas e restaurantes em Centros Comerciais e espaços exeteiores.
“Infelizmente não estamos a falar de magia, pelo que mesmo com o processo de desconfinamento a avançar, os lojistas e restaurantes de Centros Comerciais e de espaços de rua estão ainda a lutar contra períodos muito difíceis, com quebras de faturação pesadíssimas.” avisa Miguel Pina Martins, Presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração. “Através dos nossos associados podemos agora perceber o peso real do segundo confinamento e o que isso representa nas vendas dos lojistas. Sem apoios efetivos não é possível sobreviver e continuar a contribuir para a economia, para a geração de riqueza e criação de trabalho. Sem apoios vamos no caminho exatamente oposto”, acrescentou este responsável.
“Segundo o mais recente inquérito da associação, o mês de janeiro foi marcado por perdas de 63% face a igual período de 2019, seguindo dois meses de confinamento com registo de quebras na ordem dos 88% em fevereiro e 82% em março. Em abril, mesmo com o início do desconfinamento, os lojistas e restaurantes continuam no negativo com perdas de 54%. Nas semanas de 19 de abril a 2 de maio os lojistas e restaurantes registaram quebras de 26%”, explica-se em comunicado.
“O mês de abril foi dando um pouco mais de alívio aos nossos associados, mas continuamos todos com enormes quebras, pondo em risco a sobrevivência de inúmeras empresas. Estamos a falar de duas semanas com perdas de 26%. Não podemos fingir que não existiu um 2º confinamento e os lojistas e restaurantes precisam de medidas de apoio concretas como o prolongamento da moratória de crédito (capital e juros) até março de 2022, o prolongamento da moratória das rendas e um equilíbrio e justa repartição de sacrifícios entre proprietários de Centros Comerciais e lojistas, com uma solução legislativa que assegure, em 2021, uma taxa de esforço não superior à de 2019. Com estes números, é imprescindível que a Assembleia da República aprove legislação equilibrada, que permita salvar as empresas e os empregos, nomeadamente e em concreto, com a isenção das rendas nos períodos de encerramento. É impossível pagar rendas de milhares de euros em períodos em que as receitas foram zero!” conclui o presidente da associação.