Portugal conta com mais de 35 mil empresas exportadoras, mais concretamente, 35.562, ou seja, mais de 10 mil do que registava em 2008. Este aumento, que foi impulsionado como resposta à crise de há dez anos, pode ser hoje um importante contributo para a recuperação económica da crise resultante da COVID-19, revelam os dados da Informa D&B. Esta evolução traduz-se num aumento de exportadoras em todas as dimensões de empresas – das micro às grandes empresas -, num aumento de exportadoras em setores ligados aos serviços, que enfrentam neste momento menos restrições do que a venda de bens, e numa maior diversificação dos mercados de destino das exportadoras.
Os dados são da Informa D&B que, além de desenhar o perfil exportador do tecido empresarial no “Retrato das Empresas Exportadoras em Portugal”, criou um novo indicador para avaliar também o grau de exposição destas empresas à COVID-19.
De acordo com este indicador, 63% das exportadoras pertencem a setores com Impacto Médio e 13% a setores com Impacto Baixo. A exposição à COVID-19 é diferente para as exportações de bens ou de serviços; enquanto 33% das exportadoras de bens são fortemente impactadas, o mesmo só acontece com 16% das exportadoras de serviços.
Apenas 24% das exportadoras pertencem a setores com Impacto Alto. No entanto, cerca de um terço das empresas exportadoras da área das Indústrias pertence a subsetores com Impacto Alto face à COVID-19. Os números são relevantes pois, no total, o setor industrial tem 8974 exportadoras que representam 38 mil milhões de euros em valor de vendas para os mercados externos, sendo o maior setor exportador nacional quer em número de empresas, quer em valor exportado.
Segundo Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B, “a orientação de um número crescente de empresas para o exterior, muitas delas logo desde o seu nascimento, foi uma resposta adequada e muito positiva do tecido empresarial à crise que atravessámos há 10 anos; as exportadoras portuguesas desempenharão, seguramente, um importante papel na redinamização da economia nacional e saberão redesenhar as suas estratégias de crescimento e de diversificação de risco, abordando novos mercados.
Quanto mais países, melhor
A importância das exportações no negócio das exportadoras aumenta com o número de países de destino, diversificando assim o risco das suas vendas. Nas empresas que vendem para mais de 3 geografias, mais de metade do negócio provém dos mercados externos, enquanto esse valor não chega aos 30% nas exportadoras que vendem para 1 ou 2 geografias.
Entre as 35 562 exportadoras, quase 30 mil operam nos mercados comunitários (29 524), enquanto 18 120 têm negócios com países extracomunitários.
Embora haja maior número de empresas a exportar serviços, o valor da exportação de bens é bastante superior, representando três quartos do valor total das exportações, tendo como destino principal (75%) os mercados comunitários. Para os mercados extracomunitários, a exportação de serviços atinge já os 44% do valor total da exportação de serviços.
TI’s em crescendo
Os setores dos Serviços empresariais, Indústrias e Tecnologias de Informação e Comunicação foram os que mais contribuíram para o crescimento do número de empresas exportadoras desde 2008, enquanto as Indústrias, Grossista e Serviços empresariais concentram quase 60% do total de empresas exportadoras.
Destaque para o setor das TI e Comunicação pois, numa década, passou a ser o quarto setor em número de exportadoras.
A Indústria mantém-se na liderança dos setores exportadores, representando mais de metade do total das exportações (53%), com destaque especial para os subsetores da Indústrias de Materiais, Indústria Automóvel, Têxtil e moda e de Equipamentos.
Desde as micro às grandes empresas, todas as dimensões viram o número de exportadoras crescer a um ritmo mais elevado do que o restante tecido empresarial e em 2018 os negócios com os mercados externos