Depois de uma recuperação lenta em outubro, que levou as vendas em lojas físicas a registar quase o mesmo valor que no mesmo mês do ano passado, em novembro, com o regresso das medidas restritivas, a quebra voltou a ultrapassar os 10%, revelam os dados do SIBS Analytics.
Na realidade, o comportamento das vendas em lojas físicas tem sido em “W”, ou seja, ora sobem, ora baixam. Depois de nos primeiros dois meses de 2020, as compras físicas terem registado um crescimento de 11% face aos mesmos meses de 2019, o Estado de Emergência e o confinamento vivido em março e abril levou a que o consumo em loja registasse uma queda abrupta, superior a 30%, em comparação com o período homólogo. Os meses de maio e junho, trouxeram uma ligeira recuperação que se confirmou os meses de verão.
No que diz respeito às compras online, por sua vez, o número de transações neste canal em 2020 esteve sempre em tendência crescente face ao período homólogo, em contraciclo com a tendência geral de quebra de consumo, embora com algumas variações.
Os dados da SIBS indicam que a tendência passou de uma subida de 40% em janeiro e fevereiro, para um incremento de apenas 12% no primeiro confinamento, com recuperação a partir de maio. As compras online foram também menos afetadas pelas novas medidas restritivas de novembro, continuando com crescimento homólogo semelhante aos quatro meses anteriores.
Quanto ao valor médio das compras registado nas duas primeiras semanas de novembro, o SIBS Analytics indica um valor de 36,2 euros em loja e de 34,4 euros no online, com uma variação de valor ao longo do ano de cerca de 4% e 7%, respetivamente.
Analisando as compras físicas por setor, verificou-se, ao longo de todo o ano, um peso assinalável dos setores de Super & Hipermercados, Pequena distribuição alimentar, Farmácias e Parafarmácias, que chegaram a representar, no período de maior confinamento, 60% do total das compras realizadas pelos portugueses em loja – meses de março e abril -, representando agora 49% do total das compras – em linha com os últimos meses e um acréscimo de +5pp face aos meses de janeiro e fevereiro.
Nas compras online, os setores do Entretenimento, Cultura e Subscrições, Comércio Alimentar & Retalho, Restauração, Food Delivery e Take Away representaram uma grande fatia das transações neste canal durante todo o ano, correspondendo neste momento a 40% do total de compras, um crescimento de +12pp face ao início do ano.
Já no que diz respeito às formas e métodos de pagamento utilizados pelos portugueses, os dados do SIBS Analytics mostram que, depois de uma ligeira recuperação nos níveis de consumo em Portugal nos meses de verão e no último mês de outubro, esta primeira quinzena de novembro volta a registar uma quebra nas compras físicas na rede Multibanco, correspondendo a um decréscimo de 12% face aos primeiros 15 dias do mês de novembro de 2019. Quanto às compras online, para o mesmo período, verifica-se um crescimento de 32%, em comparação com o ano passado, e em linha com a tendência verificada ao longo do ano.
O MB WAY destacou-se de forma muito expressiva pelo seu crescimento face a 2019, quer nas compras online quer nas compras físicas. Nas compras em loja, entre julho e outubro, o crescimento foi cerca de 350%, indicando os dados que, nos primeiros dias do mês de novembro, o aumento da utilização do serviço face a 2019 situou-se acima dos 300%.
Nas compras online, o uso de MB WAY também aumentou de forma destacada, crescendo cerca de 250% em novembro, em comparação com o mesmo período do ano passado.