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Retalho

Mercadona vende mais, lucra menos e aposta no online

Mercadona

A Mercadona transmitiu aos seus colaboradores que as vendas recorde de 2.331 milhões de euros, obtida em março deste ano, dificilmente se traduzirão num lucro de cinco milhões de euros, em comparação com os 57 milhões esperados, segundo um comunicado interno ao qual teve acesso o jornal espanhol El Confidencial. Isto deve-se ao aumento nos custos derivado da situação gerada pelo COVID-19, no valor de 100 milhões de euros.

Apesar de supermercados cheios de pessoas e um grande aumento nas vendas, isso não se traduz necessariamente em maiores lucros.

 

No que diz respeito a Portugal, o diário espanhol refere que “o nervosismo geral que tomou conta de grande parte da população no início da disseminação da doença foi a causa dessas vendas maciças no início”, salientando que “foi até questionada na altura a possibilidade do abastecimento não fosse suficiente e houvesse escassez”.

Na operação doméstica, a Mercadona gastou 14 milhões em material para proteger trabalhadores, como máscaras, gel e divisórias, admitindo-se que, somente em equipamentos de proteção individual (EPI), a empresa pague um milhão de euros por dia. Além disso, gastou 12 milhões em aumento de transporte e seis milhões em desinfeção de lojas e armazéns.

 

“Na empresa, confirmam que tiveram de enfrentar todos os tipos de despesas que não foram levantadas porque a logística esteve sob grande stress. Prova disso é que a empresa teve de concentrar o abastecimento em produtos básicos, fechando secções inteiras. Esta mudança também terá influenciado a sua margem comercial”, escreve o jornal espanhol.

Fontes da empresa explicam que “o lucro, no mês de março, foi de 0,2%, quando geralmente tende a ficar em torno de 3%”. Segundo as mesmas fontes, a Mercadona terá visto os seus lucros cair 95%.

 

A justificação para estes números é o aumento de despesas excecionais para lidar com a pandemia e recompensar os funcionários. A principal delas foi o pagamento de um prémio adicional aos trabalhadores, que custou à empresa 46 milhões de euros. Este prémio consiste no pagamento de um extra de 20% do salário num único pagamento aos seus funcionários pelo trabalho realizado, com os consequentes perigos de contágio e os dias de tensão máxima que eles viviam, devido à avalanche de clientes que inundaram as lojas por medo de situação de escassez devido à COVID-19.

Entretanto, em Espanha, o maior retalhista alimentar do país lançou um novo serviço online em Madrid, depois de investir 12 milhões de euros num novo armazém exclusivamente dedicado a este serviço.

 

A “colmeia” de Madrid reforça os serviços de vendas online, depois da Mercadona ter feito o mesmo em Valência e Barcelona, devido à grande procura.

Esta primeira “colmeia” na capital de Espanha está localizada em Getafe e, segundo Juana Roig, diretora-geral do projeto de compras online da Mercadona, este serviço foi agora lançado em Madrid, “porque agora mais do que nunca os nossos clientes estão exigindo”.

A responsável pelo projeto online da Mercadona admite mesmo que “as empresas devem ser um mecanismo fundamental para reativar a economia e este é mais um exemplo do nosso compromisso com o país”, referindo que o objetivo é “levar as compras a 30.000 casas no próximo mês”.

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