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Retalho

Mercadona quer portugueses a comprar “sem se preocuparem com a instabilidade das promoções”

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Numa entrevista ao site espanhol Alimarket, Elena Aldana, Director European Affairs & External Relations Portugal da Mercadona, revela, no dia da abertura da terceira loja em Aveiro e primeira a abrir em 2020, que o objetivo da companhia passa por garantir que “os portugueses façam suas compras de maneira confortável, sem se preocuparem com a instabilidade das promoções”.

Justificando a “primeira aventura” do maior retalhista alimentar espanhol por terras lusas com o facto de Portugal ser um “país interessante para nós por causa das oportunidades”, o critério “proximidade também teve um papel fundamental”. Além dos laços históricos e culturais entre Portugal e Espanha, Aldana salienta que “muitos portugueses já conheciam a Mercadona das suas viagens a Espanha para comprar nas nossas lojas perto da fronteira ou em outras zonas no verão”.

 

Isso não significa, contudo, o caminho estava facilitado, admitindo a responsável pela operação em Portugal que “tivemos de fazer um grande esforço de comunicação, mesmo sem ter lojas abertas, durante três anos”.

Com a tal proximidade física a permitir iniciar a operação com funcionários espanhóis, “até termos uma equipa formada por trabalhadores portugueses”, a Mercadona conta, atualmente, com mais de 900 pessoas no nosso país.

 

Além da operação das lojas, Elena Aldana destaca, igualmente, a questão ligada à logística, salientando a importância do bloco logístico de Villadangos del Páramo, em León, que serve de conexão com a Espanha e ajuda, no fornecimento das nossas lojas em Portugal, juntamente com o bloco logístico de Póvoa de Varzim”.

Destacados são, também os 220 milhões de euros investidos em Portugal desde 2016, revelando Elena Aldana que “o objetivo é continuar a contribuir para a criação de riqueza e emprego em Portugal”.

 

A “velha” questão das promoções e comparações com a concorrência existente no mercado português, Aldana reconhece que o mercado português “está muito focado em promoções”, indicando dados que mostram que quase 50% das compras no nosso país são efetuadas através de promoções.

Por isso, a Mercadona decidiu “atacar” esta realidade com os SPB (Siempre Precios Bajos que em português assumem a designação Preços Sempre Baixos), “além de um sortido inovador e diferenciador”. “Não temos folhetos ou cartões de fidelidade, não fazemos ofertas ou promoções. Isso implica um esforço extra de comunicação e é bidirecional para que os nossos ‘Chefes’ (clientes) nos conheçam, experimentem os nossos produtos e apreciem isso que nos diferencia”, explica Elena Aldana.

 

Para tal, também o Centro de Coinovação assume um papel fundamental. Inaugurado em Matosinhos, em 2017, Aldana reforça que “este modelo de co-inovação permite-nos alcançar uma taxa de sucesso (produto que permanece na prateleira por mais de 1 ano) de 82% versus 24% para a média do setor”. Em resumo, trata-se de adaptar a oferta à procura, o que, segundo a responsável, “também nos permitiu definir o sortido que deveríamos colocar nas nossas prateleiras em Portugal”.

A partir da premissa assente na “importância de uma cadeia agroalimentar sustentável: com fornecedores especializados, que garantem a melhor qualidade e com quem o objetivo é trabalhar de maneira estável, com uma visão de longo prazo”, Elena Aldana refere que, em Portugal, o retalhista já trabalha com mais de 300 fornecedores, aos quais, em 2019, compraram produtos no valor de 126 milhões de euros.

Com a atual realidade vivida em função da COVID-19, o plano de expansão de lojas foi “temporariamente interrompido”, mantendo, no entanto, a previsão de abertura de “dez lojas, nos demais meses do ano”.

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