As empresas exportadoras de bens perspetivam um crescimento nominal de 4,9% das suas exportações em 2021 face ao ano anterior, avançam os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Apesar destes valores representarem uma melhoria face às perspetivas indicadas pelas empresas para 2020 no inquérito precedente (-13% e -11,8%, para o total das exportações e para o total sem Combustíveis e lubrificantes respetivamente) não permitem ainda assim uma recuperação para valores próximos dos registados antes da pandemia.
Efetivamente, refere o INE, a confirmarem-se estas perspetivas, “o valor das exportações de bens em 2021 corresponderá a um nível 12,8% inferior ao total das exportações de bens verificado em 2019”.
As estimativas avançam com uma expectativa de crescimento por parte das empresas em 4,4% nas exportações para os mercados extra-UE e de 5,2% para os países intra-UE. Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, as expectativas reveladas pelas empresas indicam um acréscimo esperado de 4,5% em 2021 (+3,4% no Comércio extra-UE e +4,9% no Comércio intra-UE).
Por Grandes Categorias Económicas (CGCE) destacam-se as perspetivas de aumento das exportações de Máquinas, outros bens de capital (exceto o material de transporte) e seus acessórios (+5,5%), dos Fornecimentos industriais não especificados noutra categoria (+5,1%) e do Material de transporte e acessórios (+4,7%), principalmente para os mercados intra-UE (+6,8%, +5,7% e +5,1%, respetivamente).
Os maiores acréscimos previstos para 2021 não coincidem, em termos de categorias de produtos, com os maiores decréscimos previstos pelas empresas para 2020. Destaca-se o Material de transporte (maior decréscimo previsto para 2020, com -20,3%), os Bens de Consumo (segundo maior decréscimo, com uma previsão de -11,7% para 2020) e os Fornecimentos industriais (redução de 11,5% prevista para 2020).
Estes dados surgem depois de o INE ter indicado que, em novembro de 2020, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de -0,4% e -12,1%, respetivamente (-2,3% e -11,4%, pela mesma ordem, em outubro de 2020).
Para esse período, o INE destaca os decréscimos nas exportações e nas importações de Combustíveis e lubrificantes (-42,9% e -47,5%, respetivamente) e nas importações de Material de transporte (-35,3%), sobretudo Outro material de transporte (maioritariamente aviões).
 Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, as exportações aumentaram 2,7% e as importações diminuíram 8,3% (-1,4% e -8,4%, pela mesma ordem, em outubro de 2020).
O défice da balança comercial de bens diminuiu 820 milhões de euros face ao mês homólogo de 2019, atingindo 888 milhões de euros em novembro de 2020. Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, a balança comercial atingiu um saldo negativo de 735 milhões de euros, correspondente a uma diminuição do défice de 651 milhões de euros em relação a novembro de 2019.
No trimestre terminado em novembro de 2020, as exportações e as importações de bens diminuíram respetivamente 0,9% e 10,8% face ao trimestre terminado em novembro de 2019 (-1,4% e -9,9%, pela mesma ordem, no trimestre terminado em outubro de 2020).