As vendas totais no retalho mundial devem atingir 23,358 biliões de dólares (cerca de 20 biliões de euros), em 2020, representando uma quebra de 5,7% em relação a 2019 – e quase 12% abaixo da estimativa pré-pandémica de 26,459 biliões efetuada pelo site eMarketer.
A magnitude da desaceleração e o ritmo da recuperação serão mais difíceis no mercado de retalho do que a Grande Recessão. O Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo, estima que o crescimento mundial do PIB contrairá 3% este ano, em comparação com a queda de 0,1% em 2009.
Mas não é só a quebra que alarma os analistas, já que a recuperação, quando chegar, deverá ser mais lenta. Ou seja, de acordo com aos analistas do eMarketer, após a crise financeira de 2008-2009, “a maioria dos mercados afetados levou aproximadamente um ano para que as vendas no retalho voltassem aos níveis anteriores à crise. Mas, para esta crise, prevemos um período de recuperação mais longo, de aproximadamente dois anos”.
Assim, os analistas projetam que “a maioria dos países retornará aos níveis de crescimento pré-pandêmico até 2022, embora alguns países do norte da Europa possam retomar o crescimento normal até o final de 2021”.
“A recuperação será mais lenta, pois impactos diretos, como enceramento de lojas e cadeias de abastecimento interrompidas, serão exacerbados por efeitos secundários, como exportações lentas e alto desemprego”, referem os especialistas.
Shelleen Shum, forecast director do eMarketer, refere, ainda que, “períodos prolongados de atividade económica abaixo das previsões e tendências podem levar a efeitos indiretos, como uma desaceleração das exportações, levando a um menor rendimento, maior desemprego e falências corporativas”.
Este efeito já é, aliás, percetível nos mercados que começaram a abrir mais cedo, com destaque para a China, país onde as lojas físicas reabriram, mas os gastos do consumidor não recuperaram.
De resto, uma análise ao mercado chinês mostra que, enquanto quase 90% das lojas da H&M na China já estavam abertas em meados de março, as vendas ainda caíam 79% face a igual período do ano anterior.
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