O CEO da Unilever alertou que a crise do Coronavírus desencadeará um “ponto de inflexão” para as compras alimentares online. Alan Jope, que está à frente da multinacional britânica-holandesa desde janeiro de 2019, admite que a pandemia “acelerará a mudança para o comércio eletrónico no setor alimentar” e sugeriu que o aumento da procura por produtos de limpeza, como sabonetes e desinfetantes para as mãos, “persistirá muito tempo depois do final da emergência sanitária, já que os consumidores passaram a dar mais à higiene, saúde e bem-estar”.
A companhia que detém mais de 400 marcas, incluindo Dove, Hellman’s, Knorr, Lipton e Surf, entre outras, o que significa que foi exposta a várias realidades diferentes nas mais diversas categorias onde atua durante a pandemia, tendo sido alvo de procuras diferentes nos últimos meses. À medida que a procura aumentou em produtos como massas embaladas ou artigos de limpeza, os shoppers passaram a gastar menos dinheiro em shampoos ou desodorizantes, pois passam mais tempo em casa.
Embora esses produtos tenham sido retirados das listas de compras, Jope sugeriu que, no final da crise, mais pessoas se preocupariam com a higiene pessoal e locais como as superfícies das suas casas e escritórios.
“Acho que poderemos olhar para trás e ver isso como um ponto de inflexão para compras de supermercado online”, desejando, de forma curiosa, “boa sorte a quem pretende marcar a entrega ao domicílio”.
Jope teceu estes comentários depois de revelar as contas da companhia que obteve vendas, no primeiro trimestre, de 12,4 mil milhões de euros, tendo aproveitado para criticar as grandes empresas que buscam apoio financeiro do governo.
De referir que a Tesco envolveu-se numa polémica, no início deste mês, depois de pagar dividendos, apesar de aceitar ajuda financeira na ordem dos 600 milhões de euros oferecido às empresas por parte do chanceler do Tesouro britânico, Rishi Sunak.
Jope reconheceu que “os planos do governo para proteger empregos e meios de subsistência das pessoas são destinados a pequenas empresas e setores que estão mais ameaçados do que os da Unilever”.