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Consumidores portugueses são os mais sensíveis ao preço nas compras online

Consumidores portugueses são os mais sensíveis ao preço nas compras online iStock

Em comparação com outros países europeus, os portugueses são os mais sensíveis relativamente ao preço quando se fala em compras online. Esta é a principal conclusão do Barómetro e-Shopper 2023 da Geopost, grupo que integra a operadora de transporte DPD.

De acordo com o comunicado de imprensa, 71% dos e-shoppers regulares portugueses consideram que comprar online é uma forma de poupar dinheiro, contra os 65% da média europeia.

 

“Números que refletem o impacto da inflação na carteira dos portugueses, para quem o preço é o fator mais importante nas suas decisões de compra (76%), ou para quem procura estar sempre atento a um bom negócio (79%)”, esclarece a análise.

Para Olivier Establet, CEO da DPD Portugal, “é claro o impacto que a inflação teve no comportamento de consumo dos portugueses em 2023. Se o preço já era uma grande preocupação para o mercado local, os números agora apresentados mostram-nos um contexto onde esta preocupação com o melhor negócio possível se espelha em várias dimensões, desde o cuidado em comprar em períodos em que os descontos são mais expressivos – como a Black Friday e os saldos – até websites e apps estrangeiras como forma de comprar sempre mais barato”.

 

De acordo com a análise, existe ainda outra forma de justificar a sensibilidade dos e-shoppers regulares portugueses ao preço e esta “prende-se com os principais motores para uma compra online, onde os critérios relacionados com preço são os mais expressivos”, adianta o estudo. Neste sentido, 49% admitem comprar online pela existência de entregas gratuitas; 28% valorizam não haver taxas escondidas adicionadas ao preço final do produto; enquanto 22% mencionam a devolução gratuita.

O estudo também verificou que 73% dos e-shoppers regulares portugueses utilizaram websites estrangeiros para fazer compras online, nomeadamente para encontrar melhores negócios, uma percentagem acima da média europeia, que se situou nos 58%. Neste sentido, Espanha (61%), China (58%) e o Reino Unido (33%) foram os países onde os portugueses mais fizeram compras online.

 

Segundo o Barómetro e-Shopper 2023, após um decréscimo dos consumidores de e-commerce em 2022 (66%), este indicador registou um aumento em 2023, situando-se nos 71%, apesar de continuar abaixo da média europeia (76%). “Só no ano passado, os consumidores online portugueses receberam quatro encomendas em média no mês anterior, tendo comprado uma média de 11 vezes ao longo do ano”, esclarece a investigação.

Moda (59%), beleza e saúde (51%) e calçado (41%) foram as categorias de produtos que os consumidores portugueses mais compraram em 2023. Já o comércio de livros e tecnologia/eletrónica foram as únicas categorias a registar um decréscimo na tabela de produtos mais comprados pelos portugueses, refere a análise.

 

O estudo também deu destaque às compras C2C online (de particular a particular) e apesar de Portugal manter uma percentagem inferior à média europeia neste setor, (60% em Portugal vs. 72% na Europa), a investigação verificou que 1/3 dos consumidores portugueses indicaram ter aumentado as compras de produtos em segunda mão.

De acordo com o relatório, esta tendência foi confirmada pelo aumento da frequência de compra dos que adquirem produtos em plataformas C2C: 48% dos e-shoppers regulares revelam comprarem nestas plataformas, fazendo-o, em média, 11 vezes por ano (mais três vezes que em 2022).

Neste sentido, os motivos que levam a comprar em segunda mão prendem-se, mais uma vez, com o preço, uma vez que 65% dos inquiridos referiu ser mais barato que comprar artigos novos, enquanto 42% destacou o facto desta tipologia de comércio apoiar uma economia mais responsável, enfatiza a investigação.

Relativamente à entrega, o relatório verificou que “as entregas em casa estão a perder peso para as entregas Out-of-Home (OOH), cuja utilização continua a crescer e a mostrar um desenvolvimento positivo”. Neste sentido, 27% dos consumidores portugueses afirmaram utilizar, pelo menos, um local de entrega OOH, especialmente no que se refere aos lockers.

“Verifica-se ainda que os utilizadores de OOH são, na sua maioria, mais jovens e compram mais categorias de produtos online que os consumidores regulares”, salientou o estudo.

“É interessante olhar como, pela primeira vez, as entregas ao domicílio, apesar de manterem a liderança, baixaram 12 pontos percentuais entre 2022 e 2023. Um cenário que reflete uma crescente fragmentação dos perfis e necessidades de consumo, perante a qual marcas e operadores de entregas terão de responder, ao capacitar-se com uma oferta de entrega cada vez mais diversificada, simplificada e cómoda para os seus clientes, apoiada em entregas fora de casa. Este é o grande passo para os próximos anos no setor das entregas, acompanhado pela transição sustentável”, explicou Olivier Establet.

O Barómetro baseou-se numa análise da realidade do comércio eletrónico na Europa, contando, no total, com 24.233 entrevistas em 22 países europeus. Em Portugal, o relatório realizou 1.006 entrevistas.

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