Retalho, agricultura e outros recursos naturais são os dois setores que já apresentam uma recuperação mais consistente na criação de novas empresas desde o fim do Estado de Emergência, ou seja, entre maio e o final de setembro deste ano, face a igual período de 2019, revela o mais recente Barómetro Informa D&B.
No retalho, que tinha começado o ano com um recuo face aos meses homólogos, são as empresas de vendas à distância (comércio a retalho por correspondência ou via internet) que estão a ser responsáveis por grande parte deste crescimento, com 275 novas empresas a serem criadas desde maio, quase o dobro do que no período homólogo.
Depois de uma queda muito significativa na constituição de novas empresas em março e abril, o Barómetro Informa D&B destaca ser “visível uma recuperação na dinâmica empresarial que, no entanto, não é igual para todos os setores”. Entre maio e setembro, apenas o retalho e a agricultura e outros recursos naturais registam maior número de constituições de empresas que em 2019, mas em setembro metade dos setores já supera o número de empresas criadas no mesmo mês do ano passado.
Destaque para os setores dos Transportes e das Atividades Imobiliárias que, segundo o Barómetro Informa D&B, são os mais penalizados, registando em setembro as maiores quedas face ao período homólogo, respetivamente 73% e 12%.
Insolvências mantêm-se ao nível do início do ano
Desde maio até 30 de setembro, as novas insolvências (+12%) mostram tendências semelhantes às do início do ano (+11%), indicam os dados da D&B neste barómetro. Neste período, os valores são semelhantes aos do ano passado na maioria dos setores de atividade, mas com alguns setores a apresentar já uma subida dos novos processos de insolvência, como é o caso do Alojamento e Restauração (total 146 ; +73 que em 2019) em especial no distrito de Lisboa, Serviços Gerais (total 103; +35 casos) e Indústrias (total 266; +26 que em 2019).
A Indústria mantém-se com o maior número de insolvências em termos absolutos. Na totalidade do tecido empresarial, registaram-se 1.770 novas insolvências desde o início de 2020, o que representa um crescimento de +6,9% face a 2019 (+114 casos).
“Os números de encerramentos e insolvências até final de setembro deverão ser entendidos à luz das medidas de apoio que o Estado português colocou à disposição das empresas e, por outro lado, ao facto de estes processos serem normalmente demorados e, no caso das insolvências, envolverem os tribunais, cuja atividade foi afetada durante a pandemia”, conclui o Barómetro Informa D&B.