Na semana anterior à declaração do Estado de Emergência por parte do Presidente da República, registou-se um elevado crescimento nas compras de Bens de Grande Consumo (BGC) nos Hipers+Supers face ao período homólogo em 2019.
A segunda edição do Barómetro semanal da Nielsen sobre o impacto da pandemia COVID-19 mostram um crescimento de 65% face ao período homólogo de 2019, isto é, à semana 11 (entre 9 e 15 de março), revelando a Nielsen que “os portugueses começaram nesta semana a preparar a sua despensa e o destaque foi para as categorias mais essenciais para enfrentar esta situação”.
Isto equivale a mais 132 milhões de euros em compras, ou seja, se na semana 11 de 2019 as compras dos consumidores portugueses ascenderam a 203 milhões de euros, na mesma semana, em 2020, totalizaram 335 milhões de euros.
Corrida ao armazenamento de produtos “essenciais”
De facto, constata-se uma preocupação acrescida entre os portugueses com o armazenamento de produtos de higiene pessoal e do lar (+95% na semana 11 face à semana homóloga) e produtos alimentares (+91%).
Nos produtos de Higiene Pessoal e do Lar, é o Papel Higiénico que regista o maior crescimento (acima dos 200%) mas Lenços, Rolos e Guardanapos, Produtos para Roupa e Loiça, Limpeza do Lar, Higiene Corporal, Fraldas/Toalhetes e Cuidados de Saúde também ultrapassam o dobro das vendas.
Já no que respeita à Alimentação, as Conservas e Produtos Básicos mantêm-se no topo, com crescimentos acima dos 200%. Produtos Instantâneos, Alimentação Infantil, Congelados e Azeite/Óleos/Condimentos e Temperos crescem também de forma muito acentuada, ultrapassando o dobro das vendas na semana 11 (crescimentos >100%).
Um país a preparar a despensa
A preocupação com o armazenamento foi sentida, de forma global, em todo o território nacional, com fortes crescimentos em todos os distritos (entre 59% e 74%).
De forma notória, assistiu-se a um crescimento no valor de vendas face ao período homólogo (para a semana 11) nos distritos de Bragança – que se destaca com +74% –, Santarém, Guarda, Setúbal, Lisboa, Leiria, Porto e Vila Real.
Já no que diz respeito aos formatos visitados pelos portugueses, verifica-se, na semana em análise, um crescimento em todas as tipologias de lojas: Hipers crescem 60%, Supers Grandes 75% e Supers Pequenos 57%, não havendo já nenhum que se destaque de forma tão evidente.
“Depois desta verdadeira corrida às lojas para prepararem a sua despensa, os portugueses passam para uma nova fase: a preparação para a vida em quarentena”, refere Marta Teotónio Pereira, Client Consultant Senior da Nielsen.
Para a responsável da Nielsen, nesta nova etapa, “a procura pelo online começa a ser cada vez mais evidente e poder-se-ão notar algumas diferenças nas tipologias de loja escolhidas. Será também interessante verificar o impacto que o anúncio do fecho de estabelecimentos comerciais poderá ter no retalho alimentar e nas decisões de compra dos consumidores portugueses”, conclui.