Durante cinco dias, mais de 1900 pessoas ‘passaram’ pela ExpoRH Live. Marcado pelos constrangimentos criados pela pandemia de COVID-19, o maior evento de Recursos Humanos do País digitalizou-se e num evento 100% online voltou a debater as tendências da gestão de pessoas com o mesmo espírito de sempre.
Raquel Rebelo, CEO da IFE by Abilways, não esconde que transformar um evento tão icónico como a ExpoRH e levá-lo para o online foi difícil, mas garante que o sentimento é de prova superada.
“A ExpoRH 2020 foi, sem dúvida, a maior aventura que tivemos de enfrentar. Não sem medo, mas com muita coragem quebrámos barreiras, ultrapassámos obstáculos e superámos expectativas. Conseguimos surpreender, marcar a diferença e cumprir tudo aquilo a que nos propusemos. Manter a essência da ExpoRH e, durante uma semana, inspirar os gestores de pessoas a potenciar a experiência humana na relação com as suas equipas”, afirma Raquel Rebelo.
Com o foco na ‘Human Experience’, a edição deste ano contou com mais de 50 oradores e nove painéis diferentes. No final de uma semana, a mensagem que fica é de um setor resiliente e ágil que apesar das provações dos últimos meses encarou a mudança com confiança.
A satisfação de todos os participantes ficou registada no mural de partilha da web app criada pela IFE by Abilways para o evento, onde durante os cinco dias foram partilhadas palavras de apreço à organização e onde houve espaço para a interação habitual na edição presencial. Já a área de exposição foi transformada num ambiente de stands virtuais e networking e recebeu dezenas de ‘reuniões’ entre os participantes.
SHAPING THE FUTURE
O primeiro dia da ExpoRH Live – 15 de junho – ficou marcado pelas apresentações de Matteo Rizzi e Paulo Soeiro de Carvalho e por uma mesa redonda onde se debateram estratégias para aproximar as universidades da realidade das empresas.
Matteo Rizzi, co-fundador da FinTechStage e autor do livro Talents & Rebels: Dealing with Corporate Misfits, abriu o evento com uma apresentação sobre talento e inovação, explicando porque é que os rebeldes, um diferente tipo de talento, devem ser ‘empoderados’ pelas organizações.
De acordo com Matteo Rizzi, estes rebeldes (ou pensadores laterais) são pessoas motivadas por significado e paixão e são, muitas vezes, difíceis de gerir, apesar de serem imprescindíveis para as organizações. “Não é suficiente acompanhar a mudança. As organizações devem ter a capacidade de antecipar e impulsionar essa mudança. Gerir estes rebeldes é a melhor oportunidade que as empresas têm de inovar”, defendeu durante a sua apresentação.
Já Paulo Soeiro de Carvalho, diretor executivo do ISEG MBA e coordenador do Programa Executivo Futures, Strategic Design & Innovation veio contar de que forma as escolas estão a formar os colaboradores do futuro, lembrando que é preciso preparar os colaboradores para a gestão de diferentes tipos de projeto e não para profissões.
“Vivemos tempos únicos e a pandemia só veio acelerar algumas grandes tendências que estavam a alterar a economia e a forma como trabalhamos. Estas megatendências são como ondas gigantes e temos de ser capazes de as surfar. Uma delas é a transformação digital, que está a pressionar todas as organizações e pessoas, que têm de ter competências para responder a esta vaga”, explicou.
Para Paulo Soeiro de Carvalho, os tempos são de extrema volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, o que obrigará todos os colaboradores a desenvolverem novas competências de forma contínua.
“Propósito, ética, valores e cultura vão ganhar maior importância nos próximos anos e devem ser a âncora das lideranças. Além disso, as lideranças, e as organizações no geral, devem hoje desenvolver competências como: capacidade para pensar o futuro, pensamento exponencial e sistémico; agilidade, design thinking, empreendedorismo e inovação; data science e programação; sustentabilidade ambiental e social; criatividade; soft skills; desenvolvimento pessoal e profissional; e resiliência emocional para lidar com o stress, a ansiedade e a depressão”, afirmou, acrescentando ainda que “as competências humanas são as únicas que serão relevantes para qualquer pessoa no futuro. Todas as outras vão ser robotizadas ou automatizadas (…) As competências humanas são as que nos vão manter relevantes.”
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Artigo publicado em parceria com o blog RH Bizz.