Em 2018, cerca de 3,5 mil milhões de euros de Bens de Grande Consumo (BGC) foram vendidos em promoção. De acordo com os dados divulgados pela Nielsen, em Portugal, quase metade das vendas destes artigos são feitas em promoção.
“O panorama no mercado nacional revela a importância central do fenómeno promocional, que se torna notória quando comparamos a realidade portuguesa com a europeia: Portugal é o quarto país europeu em que a promoção adquire maior peso e quase metade das vendas (46%) no mercado nacional em 2018 foram realizadas em promoção”, explica a Nielsen.
Quase metade dos portugueses inquiridos pela Nielsen revela inclusive que mesmo que não mude de loja em função das promoções, procura-as ativamente quando faz as suas compras. Para além isso, um terço dos consumidores escolhem as suas marcas de acordo com as promoções em vigor.
“Sabemos que 20% dos lares em Portugal concentram 50% das vendas em promoção: são os promo seekers. Este cluster identifica-se por famílias com 4 ou mais membros, de nível socioeconómico médio-alto, com uma frequência de compra de 4 vezes por semana e um gasto de 24 euros, optando especialmente pelas Marcas de Fabricante, que geralmente estão em promoção”, diz ainda a Nielsen.
João Otávio, Client Development Senior da Nielsen, explica que “não há dúvida de que as promoções ocupam um papel decisivo no consumo em Portugal. No entanto, mais de metade das vendas em promoção correspondem a vendas não incrementais, ou seja, vendas que seriam feitas de qualquer forma (com ou sem promoção). Este investimento de 3,5 mil milhões de euros em promoção deve ser direcionado de forma estratégica para um mundo de oportunidades. O papel da Nielsen, através da implementação de estudos mais sofisticados, é o de compreender de que forma as marcas podem aumentar a sua eficiência promocional e quais os tipos de promoção e produto em que devem, de facto, investir para gerar incrementos nas suas vendas, tanto para os fabricantes como para os retalhistas”.
Entre 2017 e 2018, mais de metade das vendas das categorias dos Bens de Grande Consumo (54%) diminuíram a sua eficiência promocional. Com efeito, a Nielsen prevê que, mantendo-se a estratégia atual, a eficiência não aumente em Portugal, “sendo necessário encontrar e adaptar novas estratégias.”
A Nielsen diz ainda que apesar da importância atribuída pelos consumidores às promoções, são cada vez mais preponderantes outros fatores na tomada de decisão de compra, nomeadamente a qualidade dos produtos frescos, a conveniência, o sortido e a inovação. Importa referi que, em Portugal, cerca de 70% dos consumidores procura alimentação saudável, 2/3 mostram-se dispostos a pagar mais por maior qualidade e metade admite pagar mais para poupar tempo.