O primeiro período até ao Verão, que diga-se de passagem foi excelente em condições climatéricas, foi em ambiente de discurso de austeridade, a que nos vamos habituando, e que sentimos com maior impacto nas nossas vidas, desde o início de 2011.
No segundo período após o Verão, e com eleições à porta, viveu-se um clima em que todos prometerem tudo para conseguirem recolher o maior número de apoio e de votos. Mas ficou bem claro, julgo eu, pelo menos dos que votaram, que estávamos na opção de dois modelos económicos: um representado pela coligação, chamada de direita, da continuação da contenção e da austeridade, com abertura para a reposição gradual de alguns benefícios e salários cortados e outro representado pela oposição, chamada de esquerda, que teve no seu conjunto, nas últimas eleições, a maioria dos votos, e que defende que a economia só se desenvolverá com a promoção do consumo e de mais investimento publico, também suportado por uma mais célere devolução e reposição dos benefícios e salários cortados, para não dizer mesmo no seu incremento.
Do primeiro modelo sabemos dos seus efeitos porque o vivemos nos últimos anos, embora sem qualquer devolução de benefícios e salários. Quanto ao segundo modelo iremos ver, na expectativa que tenha sucesso e se concretize, para não corrermos o risco de mais tarde estarmos de novo a pagar a crise, por termos vivido acima das nossas efectivas possibilidades.
Para já, e pode ser que seja por um período transitório, tenho a percepção que os investidores estão em stand by, para se aperceberem da consistência do novo enquadramento político e como o novo Governo vai tratar de processos anteriores onde houve investimentos, nomeadamente estrangeiros. Uma coisa é certa. Precisamos de estabilidade, nomeadamente do quadro legal/ fiscal, para que como uma certa segurança os investidores saibam “ que chão pisam”!
E no que toca a eleições, a esse direito e dever do voto que todos temos, desde que tenhamos mais de 18 anos, recomendo que vão ver o notável filme realizado por Sarah Gavron, “As Sufragistas”, e ver o que muitas mulheres passaram em Inglaterra, como em outras partes no mundo, dando a vida algumas delas pela conquista desse direito, enquanto nas nossas ultimas eleições mais de 43%, isto é se os cadernos eleitorais tiverem certos, que não estão, nem apareceram para votar. Tivémos a abstenção mais alta desde sempre! Dá que pensar………..
Por isso continuo a defender o voto obrigatório, com penalidades associadas para quem não o exerça de forma justificada, no pressuposto que todos os cidadãos têm para alem de direitos, que reclamam e exigem, deveres para com a Sociedade e com o País!