Os cafés e restaurantes oferecem muitas escolhas aos seus clientes.
Logo nos seus menus.
Leite ou sumo?
Vinho ou cerveja?
Café ou chá?
Peixe ou carne?
Gelado de morango ou chocolate?
Azeitonas ou manteiga?
Essas são as opções salientes, fáceis de entender e divertidas de escolher.
São dizíveis.
Mas há muitas outras opções, silenciosas, que ditam o modo como os clientes vivem os espaços comerciais.
O mobiliário é uma dessas opções silenciosas.
Mesas de dois ou mesas de quatro?
Mesas de seis ou mesas de grupo?
Ou, simplesmente, sentar ao balcão.
Em cada escolha, os clientes concretizam uma vontade. Escolhem falar pouco, estar demoradamente com alguém ou, simplesmente, trocar uma conversa rápida durante o almoço.
De todas as opções de mobiliário, o televisor é a escolha silenciosa mais ruidosa.
Ter ou não ter televisor determina o tipo de sociabilidade que o estabelecimento alojará.
Um restaurante com televisor convida os seus clientes a interagir pouco e um café com um televisor num canto espera clientes absortos, passivos e silenciosos.
No pólo oposto ao televisor está a opção por uma mesa comprida.
Mesa comprida ou televisor?
Ambos são centros agregadores de pessoas. Ou os clientes se sentam em redor de um televisor ou em redor de uma mesa comprida.A primeira convida a uma sociabilidade activa enquanto a segunda aguarda por clientes passivos.
Muitos locais no centro histórico de Lisboa optam, hoje, por uma mesa comprida. Apesar das áreas serem, muitas vezes, exíguas, colocam uma mesa de grandes dimensões e excluem os televisores. Procuram uma convivialidade activa. Todos sentados à mesma mesa. Activos. Intervenientes. Juntos. Sem ecrãs a um canto.
Mesa comprida ou televisor?