O consumo de snacks e bebidas não-alcoólicas fora de casa (OOH) continuou a recuperar no segundo trimestre de 2022, a nível mundial, de acordo com o último Barómetro OOH da Kantar, Worldpanel Division. Apesar de ser o quinto trimestre consecutivo em que o valor sobe, este mantém-se durante o segundo trimestre de 2022 inferior em 8% ao mesmo período em 2019.
No segundo trimestre de 2019, o gasto dos consumidores em snacks e bebidas OOH nos oito mercados cobertos pelo relatório foi de 17,6 biliões. Embora tenha recuperado para 16,2 biliões, permanece abaixo dos níveis pré-pandémicos.
A quota de mercado de OOH no gasto total destas categorias no ano inteiro de 2019 foi de 40%, seguido por uma queda para 31% em 2020. No segundo trimestre de 2022, este número recuperou apenas para 35%. A curva de crescimento ano a ano também se achatou; de um pico de 51% no segundo trimestre de 2021 para 18% no último trimestre.
O crescimento mais significativo no consumo de OOH ocorreu no Reino Unido, com um aumento de 48% em comparação com 2021. O declínio mais acentuado foi observado na China (-13%), em consequência dos recentes confinamentos no país.
Caracterização do canal OOH
A Kantar aponta que o quadro global atual “parece-se muito com o que era antes das restrições”: 55% dos gastos com snacks e bebidas vêm do Horeca (hotéis, restaurantes e cafés) e 13% através de canais de impulso, exatamente o mesmo que em 2019.
No entanto, existem algumas nuances como o fator de o OOH ser altamente dependente do canal Horeca na Europa. Verifica-se que bares, cafés e padarias ainda estão longe recuperar, principalmente em Espanha e também no Reino Unido.
“Uma das principais razões para a recuperação mais lenta é a mudança nas ocasiões. As pessoas estão atentas à necessidade de priorizar onde gastam, para gerir o aumento do custo de vida. Ainda querem consumir OOH, mas em vez de irem a cafés e padarias algumas vezes por semana e comprar um café ou uma sanduíche, estão a dar prioridade a refeições completas em restaurantes”, aponta o barómetro.
Mesmo nos restaurantes, os consumidores estão a optar mais por restaurantes de serviço rápido (QSR), igualmente como estratégia de poupança.
O crescimento lento nas bebidas
O crescimento em valor é mais lento em bebidas não alcoólicas, com os gastos ainda 10% abaixo do nível observado no segundo trimestre de 2019, em contraste com um aumento de 12% no consumo em casa.
As bebidas quentes estão a ter um desempenho melhor, uma vez que estão relacionadas com o pequeno-almoço, snacks e ocasiões de impulso, enquanto que as bebidas frias tendem a ser consumidas com ou perto das refeições principais.
A nível de categorias, a quota do gasto do consumidor em refrigerantes e água proveniente das vendas OOH é de 49%, significativamente menor do que a quota de 57% do canal no segundo trimestre de 2019.
Ficha técnica do Barómetro OOH da Kantar Worldpanel Division
O estudo global é baseado em dados de compra e de consumo do Painéis Out-of-Home da Kantar, em 8 mercados: Reino Unido, França, Espanha, Portugal, China Continental, Tailândia, Brasil e México. As categorias que são acompanhadas nestes painéis são de bebidas não-alcoólicas (refrigerantes, sumos, águas e bebidas quentes) e Snacking (pastelaria, chocolates, batatas e snacks, gelados, doces e pastilhas, bolachas e barras de cereais, pipocas, iogurtes e frutos secos). Em Portugal, os dados de compra e consumo são baseados no Painel de Out-of-Home, com uma amostra de 1.750 indivíduos participantes, dos 15-49 anos, representativos de Portugal Continental, que declaram as suas compras/consumos de forma contínua através do seu smartphone.