A conclusão consta da mais recente ‘Análise das Tendências de Consumo Alimentar’ da Deloitte: o “novo consumidor português” é cada vez mais racional, conectado e exigente em relação aos produtos que consome e às empresas da indústria alimentar.
O estudo agora publicado revela aquelas que são as principais tendências que estão a redefinir os hábitos alimentares nacionais, entre as quais se contam o smart shopping e uma maior preocupação com a saúde e bem-estar.
“Fomos perceber o que está a mudar na mesa dos portugueses. Para isso analisámos, em colaboração com o C-Lab, os fatores de contexto e as tendências que estão a alterar os padrões de consumo alimentar em Portugal”, explica Pedro Miguel Silva, Associate Partner de Retail & Consumer Products da Deloitte.
“Percebemos que as evoluções mais recentes no contexto social, económico e tecnológico têm tido um elevado impacto nos hábitos de consumo dos cidadãos, havendo hoje uma maior preocupação com a gestão do orçamento familiar, com a saúde, a origem e a sustentabilidade dos alimentos. A mudança dos hábitos de consumo deve ser vista pelas empresas não como uma ameaça ao seu modelo de negócio, mas como uma oportunidade para se reposicionarem e, proactivamente, tirarem partido de novos segmentos de mercado que permitam expandir a sua base de clientes e aumentar a penetração das suas marcas”, conclui.
De acordo com os inquiridos no âmbito deste estudo – consumidores, produtores alimentares e outros participantes na cadeia de valor do setor – as cinco tendências que estão a mudar os padrões de consumo dos portugueses e a indústria alimentar são:
Smart shopping: o consumo é agora menos impulsivo e mais ponderado. Os consumidores estão mais sensíveis ao preço e adotaram práticas de consumo mais contidas, conscientes, responsáveis e sustentáveis. O planeamento, a escolha racional e o esforço por reduzir a compra por impulso evidenciam-se no peso crescente das vendas em promoção.
Saúde e bem-estar: 60% dos portugueses afirmam que a preocupação com a sua saúde e bem-estar reflete-se muito no seu quotidiano e nas suas escolhas. Os consumidores estão cada vez mais conscientes da importância de hábitos de vida saudáveis e têm adotado rotinas condutoras de uma melhor qualidade de vida. Tendem a evitar alimentos de menor valor nutricional e a apostar em alimentos biológicos ou funcionais.
Confiança: 45% dos portugueses afirmam estar dispostos a pagar mais por produtos e serviços prestados por empresas comprometidas em ter um impacto social e ambiental positivo. Os consumidores têm cada vez mais em atenção o impacto dos produtos consumidos e a conduta das empresas que os produzem e distribuem.
Conveniência: 36% dos inquiridos afirmam ter dispersado as suas compras, indo a mais lojas. O novo consumidor procura soluções de compra e consumo que se ajustem à sua rotina e hábitos alimentares e que libertem tempo para as atividades que lhe dão prazer. O ritmo de vida acelerado impulsiona a procura por produtos e serviços mais práticos e flexíveis, como o e-commerce e o take-away.
Experiência: o consumidor valoriza cada vez mais os elementos de interação e experiência transmitidos ao longo da jornada de compra. Entre os elementos mais apreciados estão a imagem do ponto de venda, a utilização inovadora de canais de comunicação e a criação de novos momentos de interação com as marcas, entre outros.