À medida que o consumidor português muda os hábitos de vida e de consumo há categorias que começam a fazer parte da vida dos portugueses, como por exemplo os spirits aperitive, ou por outras palavras o aperitivo italiano. Famos falar com Inês Machado, Marketing and Communication Director da Empor Spirits sobre as apostas que estão a fazer nas marcas Campari e Aperolerol.
Quais os produtos em que têm apostado?
Em 2016, em julho, conquistamos a distribuição do grupo Campari, na altura estava com outro distribuidor e ficamos com um número maior de marcas. Atualmente, temos 12 marcas deste grupo, no total das 32 marcas que temos na Empor. O foco é trabalhar de uma forma holística todas as marcas, mas como todas as empresas temos as marcas estratégicas e este ano temos a marca Aperol e Campari que estamos a trabalhar muito este ano. São aperitivos que é uma categoria muito interessante em termos mundiais. Em Portugal é uma categoria que ainda está a crescer.
É uma tendência que está a chegar?
Sim, achamos que sim. É um hábito de consumo que se originou em Itália. O aperitivo enquanto produto não é mais do que um produto que prepara o estomago para receber comida. 100 anos depois dos vermutes apareceu o Campari que se consumiam antes das refeições. Caracterizam-se por serem refrescantes e não muito doces. Em Itália e França há muito a cultura do aperitivo, mas tem-se notado em países como a Croácia ou a Alemanha o criar o hábito. Em Portugal, o mercado estava muito dominado pelo wine aperitive, os vermute, sendo que os spirit aperitive não estavam a ser trabalhados, e tendo em conta que partilhamos muito com a cultura italiana, achamos que é uma categoria com imenso potencial. E as nossas comunicações e ações têm se focado muito nestas marcas: Campari e Aperol. E que vai muito bem com o food pairing.
E estão a comunicar o consumo no canal HoReCa ou também dentro de casa?
Estamos a dividir as ações. No caso do Aperol estamos com alguma dificuldade de distribuição no offtrade. Os povos que visitam Portugal estão habituados a Aperol. Mas estamos a dar preferência ao canal HoReCa. É aí que as pessoas têm a experiência. Mas temos coisas planeadas para o offtrade com giftpacks de Aperol e para educarmos o consumidor o que é o aperitivo. E a sua facilidade de preparação é fácil para todos. O nosso trabalho é comunicar essa facilidade de produção, tanto em casa com num bar.
O público Campari é o mesmo de Aperol?
Não. O target Aperol é um público mais jovem, é uma marca que incentiva a momentos descontraídos. É um público mais jovem. E é exatamente isso que as ações da marca estão concentradas. Numa fasquia entre os 25 e os 35. A marca Campari tem um palato mais complexo e não é tão fácil de beber como o Aperol. Em relação da Campari tem uma receita mais complexa e é um ingrediente obrigatório de muitos cocktails clássicos. Pela associação aos cocktails e porque a marca é mais adulta e glamourosa é um target um pouco mais velho. Para além da cocktalaria que está a crescer muito em Portugal, mas estamos a alavancar o produto para o Campari and Tonic, que funciona como opção para fomentar o consumo.
Estão a tentar implementar uma hora de aperitivo, antes dos portugueses irem para casa?
Não há um elemento tão elegante como existem noutros mercados. Mas há um grande potencial. E temos visto em termos de hábitos de vida, os portugueses dedicam-se a outros tipos de lazer que eram impensáveis há 10 anos atrás. Não todos os dias, mas pelo menos 1 vez por dia ir beber um copo antes de ir para casa. E há esplandas que começam a trabalhar estes momentos . Tendencialmente os portugueses não têm este hábito, mas têm vindo a aumentar.
E em termos de comunicação, o que estão a fazer?
Temos a Hora Aperol, que é uma campanha 360. Com um foco no HoReCa. Mas aquilo que estamos a fazer é convidar a que todas as quintas-feiras há sempre um local em Lisboa em que se pedirem um Aperol, oferecemos as tapas e ainda outro Aperol. Temos um site (horaperol.pt) em que os consumidores podem ver os locais onde temos estas ações. Esta ação dura até setembro, com pausa em agosto. Serão 18 eventos, sempre às quintas feiras entre as 18 e as 20h e com música. Esta campanha está a ser alavancada por outdoors e alguma ação digital.
E em termos de crescimento e quotas de mercado?
Não revelamos quotas de mercado, mas estamos a crescer em dois dígitos, tanto na Aperol como na Campari.
E em relação à Campari, o que têm feito?
Estamos a apostar na red zone, que é um momento de viver a experiência Campari na sua plenitude. São oito eventos, cinco em Lisboa e três no Porto. Um evento exclusivo às 100 primeiras pessoas que se inscreverem. Basicamente é num posicionamento nos cocktails bares como é a Campari fora de Portugal, num evento norturno às quintas-feiras das 22h30 e 23h00.
E como tem crescido a categoria onde está inserido a Campari?
A categoria de spirits aperitive cresceu 50% em Portugal entre 2014 e 2015. E com estas ações queremos aumentar e construir estas marcas como relevantes para os portugueses. Não são bebidas muito caros e por isso são aptas para o shopper português. Esta é uma categoria nova. Mas mais do que chamar spirits apertitive convém indicar que estas bebidas são o conceito de aperitivo italiano para o momento de consumo do final da tarde.