Aos meios tradicionais de publicidade, como os folhetos publicitários deixados nas caixas de correio, junta-se o marketing digital. Mas hoje, não só apenas as empresas que se dividem em meios. Também os consumidores vivem experiências multicanais. É nesse sentido que Antoine Blanchys, General Manager da Mediapost, trabalha no seu desafio de promover a transformação digital dos negócios em Portugal, bem como fidelizar os clientes por esta via.
Como correu 2016 e quais as expetativas para o próximo ano para a Mediapost?
As vendas aumentaram tanto na nossa atividade inicial (distribuição de folhetos), como nos novos serviços digitais. Estamos gratos por estarmos a colher os frutos de três anos de investimento e contacto ativo com o mercado para reforçar a nossa oferta de serviços e explicá-la.
Lançámos este ano a App Quoty que ajuda os shoppers a encontrar as melhores oportunidades e promoções. Estamos a caminho dos 100 mil downloads ainda este ano. Contamos com mais de 3,5 milhões de pageviews no último mês, e que não param de crescer.
Ajudamos os nossos clientes a colher os frutos do Marketing Digital, com vendas efetivas contribuindo para a transformação digital de um meio tradicional mas tremendamente eficaz para aumentar vendas: o folheto publicitário na caixa de correio.
Quais são os desafios atuais da Mediapost?
A Mediapost tem 15.000 colaboradores, está presente em oito países, tem 30.000 clientes e um nível de faturação que ronda os 600 milhões de euros. É o líder europeu na distribuição de folhetos e detém posições de destaque em serviços de Marketing Digital em alguns dos países onde trabalha.
O desafio em Portugal passa por contribuir de forma impactante para a transformação digital dos negócios no país. Dispomos de tecnologias muito avançadas e contamos com a experiência de um grupo internacional que trabalha com marcas, como a Coca-Cola, a Nestlé, a Microsoft, o Linkedin, a Deezer, entre outras. Estamos em Portugal a ajudar marketers a aumentar a eficácia do seu marketing, tanto no online como no offline.
Somos o único reseller da SalesForce Marketing Cloud, plataforma única de gestão da comunicação omnicanal que tem como clientes de referência, empresas como a Tesla, a Sony, a Mattel, a Nestlé, a Uber, a Coca-Cola, o New York Times e o Financial Times.
Ajudamos várias empresas a fidelizar os seus clientes através do marketing online: mais vendas, menos perdas de clientes, mais leads ou mais visitas nas redes de retalho.
Como analisa o setor da publicidade e do marketing em Portugal?
Sentimos a transição do tradicional para o digital como nos outros mercados mas ainda com uma decalagem. A diferença está sobretudo numa certa falta de quantificação dos impactos que publicidade e o marketing têm nas vendas. A medição de eficácia é claramente um eixo essencial para a progressão do mercado e é precisamente uma das principais dimensões da nossa atuação. Ter visitas no website e likes ou partilhas no Facebook, como quantidades de GRP, claramente não é suficiente!
Estamos também a inovar pois propomos metodologias que ligam ações de marketing à venda, tanto no online, como no offline.
No futuro, o petróleo do marketing é o Data, quer a aferição do que é necessário investir para obter determinados níveis de vendas, quer a recolha de informações sobre os nossos clientes: o que preferem, o que fazem nos diferentes touch points, como querem que comuniquemos com eles. A personalização da comunicação das marcas é o caminho… como a Amazon demonstra em todos os países onde opera.
A App Quoty foi a grande aposta da Mediapost no decorrer de 2016?
É claramente um dos sucessos do ano. Aliás, Portugal supera todos os benchmarks do grupo em termos de rápida adoção pelos shoppers. Os anunciantes que nos experimentam também repetem, o que prova a eficácia da solução.
Conquistámos também uma conta internacional, com uma implementação em diferentes países no marketing digital e estamos também a mudar de dimensão nesta área.
A Mediapost foi partner do Websummit realizado em Lisboa. Que conclusões retirou deste evento mundial?
Fala-se muito de digital e o Websummit veio reforçar essa tendência. A questão, para a generalidade das empresas, é a seguinte: como é que o digital contribui para transformar realmente o negócio e marcar a diferença com os concorrentes?
Uma coisa é de ter uma página no Facebook, com mais ou menos likes. Outra, é utilizar o Facebook como ponto de contacto e de ajuda com os clientes. Lá fora, algumas marcas conseguiram e ganharam: uma resposta a uma reclamação no Facebook com uma ferramenta apropriada é muitas vezes mais eficaz e mais rápida do que contactar o call center. Além disso, é muito mais económico. Em Portugal, há muitas marcas que vão beneficiar com esta mudança.
Hoje em dia, Uber, Airbnb, Amazon e os Gafa (Google, Amazon, Facebook, Apple) introduziram disrupções e ameaçam os negócios mais tradicionais. Virão mais outros pioneiros que farão o mesmo em outras indústrias. Alguns deles estiveram no Websummit, em Lisboa.
Artigo publicado na edição de novembro de 2016 da revista Distribuição Hoje